الاثنين، 3 مايو 2010

LIBERDADE RELIGIOSA - Brasil Estado laico

Prezado senador Flávio Arns,

Saudações cordiais.

Assunto – PLC 160, de 2009 – COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTE.

Acompanhei com interesse os trabalhos da audiência pública realizada no dia 28 último, permitindo-me apresentar alguns comentários, tendo em vista a magnitude de seu objetivo e os efeitos que resultarão de tudo aquilo que for decidido.

Entendo que embora se deva respeitar a natureza laica do Estado, assim como ser a liberdade de culto uma característica típica da cultura brasileira, há que se considerar que a liberdade ampla e irrestrita poderá resultar em abusos e exorbitâncias, causadores de prejuízos irreparáveis à sociedade. Entendo, ainda, que o Estado não deve interferir nas atividades religiosas mas há que se criar um meio de impedir as práticas condenáveis.

A discussão deste importante assunto, tão eficientemente conduzida pelo senhor, coincide com a constatação de acontecimentos que invalidam várias religiões, valendo lembrar que o nome de Jesus Cristo foi “transformado” no “produto” mais “comercializado” do planeta ! Em seu nome se promete e se demonstra “milagres” ; valores milionários são arrecadados e até mesmo remetidos ao exterior, consciências são mercantilizadas, o que lembra a expulsão dos mercadores do templo, por esse mesmo Jesus. Violências físicas e psicológicas são praticadas há tanto tempo por malfeitores que se dizem “ representantes de Deus “, sem que sejam coibidos ... Qual Deus ? Mercúrio, o deus dos ladrões e dos mercadores na mitologia grega ?!...





Vale salientar o princípio básico de que “ a liberdade de uns termina onde começa a liberdade dos outros “ , o que não é observado pelo grande número de templos religiosos. Há na capital de São Paulo cerca de 22.000 templos, que pretendem que se respeite seu direito de reunião, mas que não respeitam o direito ao silencio de milhares de vizinhos, que levantam cedo para o início de suas atividades, mas que não podem desfrutar de uma noite bem dormida !... Isto para que “multinacionais da fé” continuem faturando.

O princípio de que o Estado não deve interferir nas religiões, que sua autonomia deve ser respeitada, deveria ter uma recíproca, isto é, que os membros de religiões não poderiam exercer funções públicas, em especial senadores, deputados, vereadores e governantes, o que lhes enseja propor e votar em causa própria. !...Afinal, toda unilateralidade é odiosa .

A liberdade total e irrestrita, há que ter um freio ou um crivo a que as seitas e religiões seriam submetidas. Veja-se, por exemplo, o recente caso do cartunista Glauco Vilas Boas e seu filho Raoni , brutalmente assassinados por um membro da seita “Céu de Maria” atuando em mais de 100 cidades no Brasil e em São Paulo fundada pelo próprio Glauco – o criador destruído pela criatura !...Tendo como ritual a ingestão do chá alucinógeno, portanto uma reunião de drogados ! Esta seita, originada do Acre, tem hoje cerca de 15000 seguidores, inclusive no exterior. Criado por índios peruanos, o chá utilizado nos rituais do Santo Daime foi liberado pelo governo em 1992. ( Revista “Veja”-Edição 2157).

Tarefa importantíssima, prezado senador, tendo em vista o baixo grau de conhecimentos dessas multidões de “fiéis” que acorrem a esses templos, movidos pela esperança de melhores dias, que lhes é prometida !

Atenciosamente,
Álvaro Ramos
addi@addi.com.br
S.Paulo, 5.5.2010

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